quarta-feira, 20 de junho de 2007

Quanto mais pressa, mais devagar...

Penso que já todos tiveram aquela sensação de que quando estão com pressa, tudo acontece para vos alentecer. Isto é principalmente verdade quando se anda a pé, e ainda mais se essa caminhada é de ou para algum transporte público. Aqui entram as escadas e passadeiras rolantes, e é a altura em que eu me começo a irritar. É que já perdi muito transporte à conta dos pacóvios que não sabem que as escadas rolantes não são para ver as vistas... Tudo bem que essa maravilha da mecânica pode aliviar um cansaço "desnecessário", ou pode ajudar pessoas que de outra maneira teriam dificuldades em chegar lá acima. O problema é que 90% das pessoas apenas se deixa levar por ali acima, e metade desses não deixa passar ninguém. Porque será que cada vez mais temos um país de obesos, se nem se dão ao trabalho de subir um lanço de escadas?

Agora imaginemos que, cheios de pressa, sem um minuto a perder, estamos a chegar de metro à estação do Marquês e precisamos mudar de linha. A tortura começa logo na saída da carruagem, pois em mais de metade das vezes, as pessoas que se põem tão prontamente à porta, são aquelas que menos pressa têm de sair, a avaliar pela velocidade alucinante com que o fazem... Depois de conseguir fintar essas lesmas, chegamos finalmente às escadas rolantes (já amplamente ultrapassados por um mar de gente). Invariavelmente, as pessoas que não querem andar e que são minimamente inteligentes, encostam-se ao lado direito, deixando o lado esquerdo livre para quem quiser passar. Mas, sorte macaca... logo quando estamos quase a conseguir subir alguns degraus, reparamos que há uma alma iluminada que, para ser diferente dos outros, encostou-se à direita ao lado de alguém, como se não estivesse a empatar. Isto quando não é alguém que simplesmente fica a meio da escada e nem se desvia um bocadinho. E é claro que à nossa frente vai alguém que não pede licença a essa criatura, e como tal, também não deixa andar mais ninguém. Finalmente chegamos lá acima, tentamos fintar, com dificuldade, esses seres mais retardados, mas, oh não! Agora é uma passadeira rolante... Pode ser que tenhamos mais sorte... mas não, começa tudo outra vez... Já com os nervos em franja, chegamos ao fim da passadeira, a amaldiçoar o momento em que não subimos pelas outras escadas e em que entrámos na passadeira. Nisto, o barulho do metro a chegar... Pode ser que ainda lá cheguemos!...Damos uma corridinha... O som das portas a fecharem... ok... Por 5 segundos vamos esperar 10 minutos até que venha o próximo. Enquanto isso pode ser que aí venha aquele acerebrado que não deixou passar ninguém, para lhe darmos umas aulinhas de civismo (ou simplesmente um pontapé...AGGHH!)