Até parece que adivinhava... Hoje quando chego ao hospital e vou "pôr o dedo", qual não é o meu espanto quando vejo que as maquinetas já não estavam lá... foram substituídas por outras novas!!!
O "saco azul" deve estar mesmo a abarrotar. Pena que só para isso é que são uns mãos largas...
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Reacções...
- Então? O que se passa?
- Vim porque estou a perder sangue.
- A perder sangue?
- Fiz um teste de gravidez que deu positivo, e uma amiga disse-me para tomar uns comprimidos...
(...)
- Sim, de facto está a perder algum sangue.
- Será que já saiu tudo?
- Vamos fazer uma ecografia...
Um feto. Quase 10 semanas. Coração a bater. Movimentos corporais, indiferente e ignorando o que estava (ou iria depois) acontecer.
Uma sensação muito estranha...
Dedómetro
Há 3 semanas começou a técnica do "dedo de ponto" no meu hospital.
Gastaram uma pipa de massa para instalar uns aparelhos que lêem impressões digitais e câmaras de filmar para o tecto (não fosse alguém mais chateado partir um desses aparelhómetros sem que ninguém visse...).
É engraçado como conseguiram a proeza de arranjar dinheiro para isso. É que para comprar pensos, compressas, material operatório e tudo o que é necessário para assistir um doente, normalmente não há "papel". Chegam ao cúmulo de no bloco operatório fazerem cara feia se queremos usar uma máscara com viseira ou uma bata para mais um cirurgião, ou mais uma linha de sutura. É que essas coisas são caras! Até as compressas agora (curisamente desde há um mês...) são de pior qualidade... Nem autoculante para pensos chega a haver na enfermaria...
Agora todas as manhãs é o mesmo ritual: 5 minutos na fila para "pôr o dedo" (sim, porque às vezes, para cada pessoa da fila, é necessário umas 5 tentativas até que aquilo reconheça o dedinho...). Por enquanto ainda é a fase experimental, mas para o mês que vem deixa de existir o livro de ponto (aquela coisa da idade da pedra em que é necessário uma caneta para assinar). Vamos ver o que vai acontecer às pessoas cuja impressão digital não é reconhecida em nenhum dedo (sim, há casos desses) e aos directores de serviço que não vão fazer mais nada senão assinar papeis de justificação para esses casos de falha, esquecimento ou falta por motivo de folga.
Por outro lado até vai ser bom, se de facto aplicarem este sistema com todo o rigor que fizeram questão de mostrar no regulamento interno. É da maneira que eu, e praticamente toda a gente do meu serviço, vamos começar a ir para casa mais cedo. Depois não venham dizer que ainda há doentes para ver na enfermaria ou na consulta. O horário acabou. Temos de ir "pôr o dedo". Temos pena. Se queriam castigar aqueles poucos que realmente se baldam ao serviço e entram e saem mais cedo do que deviam, esquecem-se que esses são a minoria, e que a boa vontade daqueles que se fartam de fazer horas extraordinárias (não pagas) também se esgota.
Enfim. Assim vai a saúde em Portugal...