Que a malta é pobre e gosta de descontos, é certo e sabido e, em contexto de crise, os sites de vouchers promocionais crescem como cogumelos. Acontece que estes vouchers geralmente são bons para adquirir produtos... porque no que diz respeito à aquisição de serviços deixam muito a desejar. Isto pelo simples facto de que ninguém gosta de ser mal pago pelo seu trabalho, e uma empresa que vai fornecer um serviço a preço reduzido, geralmente não o faz com o mesmo rigor e profissionalismo que o faria se o cliente pagasse mais. Por outro lado, visto que não é fácil alguém experimentar um serviço caro que não conhece e que não tem garantias de ser bom, este tipo de promoções serve para angariar novos clientes. Eu, que não sou empresária nem percebo nada de gestão nem de negócios, consigo concluir duas coisas: uma pessoa que gostou de um serviço, vai lá voltar mesmo que pague mais; se uma empresa não está disposta a oferecer temporariamente os seus serviços a um preço reduzido, então não adira a estas promoções!
No outro dia utilizei um voucher para ir cortar o cabelo num cabeleireiro que abriu no Dolce Vita Tejo, o Urban Trend. Liguei para marcar, e fui informada que não era preciso marcação, era só aparecer e ser atendida por ordem de chegada. Qual não foi o meu espanto quando lá chego às 16:30 e me dizem que só podia ser atendida às 18:30, quando o salão apenas tinha 2 clientes, que já estavam na fase do brushing, e um dos cabeleireiros estava no balcão a coçar a micose. Ok, precisava mesmo de cortar o cabelo naquele dia, e acabei por perder a minha tarde para poder voltar lá às 18:30. Voltei, e felizmente (ou infelizmente) consegui chegar uns segundos antes de outra senhora a quem lhe foi dada a mesma resposta que me tinham dado 2 horas antes (e atenção que nessa altura eu era a única cliente no salão). Porque é que não pensaram num sistema de marcações que prevesse X trabalhos diários com voucher? Será que a ideia é fazer com que algumas pessoas não consigam usufruir do serviço pelo qual já pagaram?
Por ano vou ao cabeleireiro umas 2 vezes. Isso significa que sempre que lá vou é para cortar, no mínimo, uns 6 cm de cabelo. E foi o que eu disse que queria que fizessem: cortar uns 6 cm (pois as pontas estavam espigadíssimas), escadear e cortar a franja. "Ah e tal, está com um escadeado tão bonito... posso cortar-lhe as pontas sem ser preciso cortar o comprimento". Ok... se assim o diz... ele é que é o profissional... Cortou um mini-tufo de uns 4 cm cabelo (que eu vi caído no chão, no final) e conseguiu fazer o impensável, que é conseguir alisar ainda mais o meu cabelo liso (adoro quando nem me perguntam como eu quero o brushing, e partem do principio que toda a gente gosta do cabelo lambido). E ainda paguei mais 4 euros pelo amaciador que não estava previsto no voucher (com 4 euros comprava um frasco!).
Eu não sou de escandaleiras, mas a vontade que eu tinha neste momento era de ir lá e escrever no livro amarelo (que não ia ter folhas suficientes). Tenho o cabelo exactamente como se não tivesse cortado (só se nota diferença na franja, que eu própria costumo cortar... não precisava ter lá ido!) e pior, continua super espigado. Qual é o cabeleireiro que deixa o cabelo espigado? E o grave é que eu até disse para não se inibir de cortar!
Conclusão: não volto a lá pôr os pés, e aconselho a que todos façam o mesmo. Ah, e tenho de ir cortar o cabelo...