Li hoje no jornal que a Ministra da Educação admitiu alterar os programas escolares, especialmente o de Português e Matemática, por serem demasiado extensos e nem sempre com a qualidade desejada. A presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais, não podia ter ficado mais contente, declarando mesmo que “existe um desfasamento entre os conteúdos e a maturidade dos alunos”, pois “um estudante de 15 anos não tem as mesmas capacidades intelectuais de um colega de 18, para aprender matérias abstratas de matemática, física ou química”. Fico de facto chocada, quando alguém que representa os pais deste País, pode dizer uma coisa destas.
Ora bem, eu já vi livros escolares dos meus pais, em que a matéria dada era de longe mais complicada em comparação com aquilo que eu tive de estudar no ano correspondente. E já se passaram uns aninhos. Sim, porque mesmo assim, no meu tempo, tudo era mais exigente. Não se usavam calculadoras gráficas nos testes de matemática, em que basta saber ler as instruções da máquina para rapidamente obter um gráfico de uma função, sem se perceber como lá se chegou e muito menos o que significa. Será que os nossos pais eram sobredotados? Ou será que agora os meninos, apesar de toda a informação e cultura disponíveis (que não havia antigamente), são mais burros? Ou mais preguiçosos? Ou simplesmente, têm as costas largas já desde a escola primária, em que a 1ª coisa que o paizinho diz à professora é “livre-se de bater no meu filho!”. Uma palmada nunca fez mal a ninguém, muito pelo contrário. Aliás, a falta dessas palmadinhas já é evidente, com a falta de respeito e de educação que cresce desde tenra idade nestas novas gerações. Mas o que interessa é aprender a lei do menor esforço. Eles crescem e a frase do paizinho subentende-se: “livre-se de obrigar o meu filho a estudar!”. Pelo que ouvi, alguns exames nacionais até são de escolha múltipla (não sei se totalmente ou não). Também aqui, Portugal é líder em seguir os maus exemplos, neste caso o dos EUA (essa nação em que 90% da população é mentecapta, a começar pelo Presidente, e 10% são inteligentes, mas não são americanos).
No “meu tempo”, os programas eram mais extensos, eram mais difíceis. E então? Nem todos eram alunos brilhantes, mas também nem todos eram medíocres. Penso que as capacidades intelectuais dos portugueses não podem ter declinado tanto numa década! A matemática só é um monstro para os impressionáveis. É preciso trabalho e estudo! Mas claro que é mais fácil diminuir a matéria. Porque não passar a matemática só para a faculdade? Ou será que aí continuam sem capacidade intelectual para perceber tanta coisa abstrata? Vamos ensinar contas de somar no 12º ano. Pode ser que assim Portugal se torne no país europeu com maior sucesso escolar.
terça-feira, 8 de maio de 2007
Um país de burros
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