sábado, 12 de março de 2011

Cativar...

"Porque é que nos destabilizam?" É uma coisa que tenho ouvido muito ultimamente. Às vezes a felicidade passa por uma certa ausência de acontecimentos. Não andamos esfuziantes, mas também não andamos tristes, e às vezes isso basta para que consigamos realizar as coisas do dia a dia, simplesmente por não haver nada que nos destabilize e nos faça perder a vontade, já por si pequena, de fazer as tarefas a que somos obrigados.

Porque nos destabilizam então? Essa pergunta toma mais relevo quando o motivo da destabilização é frívolo. Quando é apenas um jogo com um jogador e uma bola que é manejada da forma que convier. Torna-se simplesmente incompreensível. E lá se vai a concentração. O alvo torna-se completamente diferente, transplantando-se para algo que até há bem pouco tempo simplesmente não interessava.

É mau que nos destabilizem? A água tanto bate na pedra que esta se transforma em pó... e é levada pela corrente para outro sítio qualquer, onde fica perdida quando a maré baixa... A pedra não volta a ser a mesma. A água rouba um pouco dela, dissolve-a, mas continua o seu caminho a desgastar outra costa como se nada fosse... Ou não?

"Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo..."

5 comentários:

Ana Margarida disse...

Grande post! E o texto do Principezinho para dar a facadinha final... lol :) Não sei realmente porque nos destabilizam se depois não se deixam cativar...
As raposas são matreiras por natureza... :P Vera, vamos trocar as raposas por cavaleiros, boa? ;D

Vera disse...

As raposas são aprendizes de feiticeiras quando comparadas com os principezinhos... lololol.

Holanda? Bora? ihihih

sofia disse...

:) eu acrescentaria que mesmo quando cativam e se deixam cativar às vezes esquecem-se que passam a ser responsáveis por esse laço que se criou, que gerou expectativas e que condicionou opções de vida.

Vera disse...

Nem mais! :)

"Tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas"... Mais uma da raposa, que geralmente fica, de facto, no esquecimento.

sofia disse...

It's my favorite :)