sexta-feira, 21 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Fetiche por filas
Geralmente bastam-me duas vezes para que, no pára-arranca, em determinada hora do dia, em determinada estrada, consiga perceber qual o padrão de velocidade das filas. A primeira vez, porque é aí que me deparo com a situação e, como tal, vou observar os caprichos da "corrente", para que da próxima vez me safe melhor. A segunda vez, serve apenas para confirmar que fui uma boa observadora.
Com isto quero dizer que, e não necessariamente por esta ordem, sei perfeitamente que a determinada altura a faixa da direita anda mais depressa, mas depois é melhor mudar para a da esquerda para manter a velocidade, e finalmente, mais à frente, a do meio é que me leva mais rapidamente ao meu destino. É sempre assim. Todos os dias, àquela hora, naquele lugar. É SEMPRE assim.
Então porque é que, se as pessoas são as mesmas que passam àquela hora, naquele lugar, o fluxo corre sempre da mesma forma? Serei eu a única a perceber isto? É verdade que, pelo facto dos veículos não se conduzirem sozinhos e dependerem da vontade e da mão (e principalmente da massa cinzenta) humana, assim que abre um sinal a corrente não flui como deveria... há atrasos, há paragens, e ocorre um movimento harmónico ao contrário do que seria ideal. Até aí, ainda se desculpa... os reflexos não são os mesmos para toda a gente, e há quem esteja distraido com outras coisas (tirar macaquinhos do nariz está no topo da lista...). Mas... será possível que as pessoas não se dão conta que é com atitudes acerebradas que se tornam as únicas responsáveis pelos anos de vida que perdem no trânsito? Acham que a faixa da esquerda é a mais rápida, só porque é a da esquerda? Acham que se mudarem de faixa 2 km antes de uma entrada, vão andar mais depressa? Acham que têm de entrar logo quando ainda têm uns bons metros para acelerar sem obrigar ninguém a travar?
Será que ninguém vê? Está ali o tesouro e ninguém percebe como chegar a ele? Ou será um mero fetiche por filas? Bem, não me posso queixar, pois enquanto for assim e o fluxo do trânsito se mantiver, eu, pelo menos, sei bem por onde devo ir...
sábado, 15 de outubro de 2011
Perda de tempo
Até podia vir com o cliché do "arrepende-te só do que não fizeste" ou do "tudo vale a pena e ganha-se sempre qualquer coisa". Até podia vir com a fé, mascarada de pensamento, de que as coisas ainda vão correr muito bem e que a verdadeira felicidade ainda está para vir, and so on. A verdade é que, habituamo-nos ao que é bom... e o problema surge quando esse "bom" não compensa minimamente o "depois"... Esse é o único motivo pelo qual considero uma perda de tempo passar por certas situações. É uma mera questão de diferença de peso nos pratos da balança...
Não se trata de cuspir no prato onde já se comeu, até porque só conhece a tristeza quem já foi feliz. Mas... what's the point? Lamento o passar inglório por certos episódios da vida, pois no final, invariavelmente, a questão é sempre a mesma: Para que é que isto serviu?... E a única resposta possível é "Serviu para passar por mais um período de inevitável e desnecessária tristeza." Uma perda de tempo dupla.
Cada vez tenho mais a certeza de que prefiro a "doce serenidade da planície, que nos permite viver sem grandes subidas e descidas". Passava muito bem sem mais perdas de tempo.