Porque é que as pessoas insistem em usar eufemismos ou frases feitas para tentar amenizar uma situação que por definição é impossivel melhorar? Basta um "Não gosto de ti.". E pronto. É que nem tenham a tentação de querer dizer logo qualquer coisa a seguir para tentar diminuir a importância ou camuflar um pouco essas palavras, criando uma manobra de distracção de lógica cerebral tipo "so there is a chance!".
É que se formos pegar na lógica, também podemos ter o reverso da medalha... Senão vejamos: "O problema não és tu", "És uma pessoa fantástica"... e então? Pelos vistos, não fantástica o suficiente. "Mereces alguém melhor", "Mereces ser feliz", "Qualquer pessoa gostaria de estar contigo"... e então? De que serve merecer ser feliz? Qual é a verdadeira utilidade dessas afirmações, se a única pessoa com quem gostariamos de estar não o quer (o que por si só transforma logo essa afirmação numa mentira)?
Compreende-se em parte. À primeira vista pode parecer cruel, e daí a reacção humana de querer adulterar um pouco o significado dessas palavras que magoam inevitavelmente. Mas precisamente por ser inevitável deixa de ser cruel. Cruel é fazer acreditar numa coisa que não existe. Crueldade é dar esperanças. Crueldade é dar o doce ao bebé e logo a seguir arrancar-lho das mãos.
Um simples "Não gosto de ti". E pronto. Acabou. Faz-se o luto e segue-se em frente. Sem rodeios. Sem expectativas. Claro que dói. Dói muito. Mas quanto mais depressa se tem consciência da situação, mais depressa nos curamos dela.
Devia existir uma espécie de reacção neurológica que, não só obrigasse à sinceridade de um "Não gosto de ti" curto e grosso, como impedisse de dizer o que quer que fosse a seguir a essas palavras e obrigasse o corpo a fazer meia volta e afastar-se.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Eufemismos
Não sei
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Closure
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Síndrome de abstinência
Compreendo perfeitamente o drama dos viciados. A falta da droga pode ser bem dolorosa. Não é uma dor física... é pior. Leva à loucura. E quando achamos que vamos conseguir vencer e deixar o objecto do vicio, lá vem mais uma recaida... e mais um retrocesso a caminho da cura. Não basta força de vontade. Pode ser mesmo necessário fugir e encontrar subterfúgios que nos ajudem nessa fuga. Encontrar apoio, encontrar distracção... O pior é o magnetismo que nos conduz de volta ao ponto inicial, tornando esse distanciamento apenas um desejo racional fugaz.
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