segunda-feira, 13 de junho de 2011

Next Stop: Rome

A expectativa era muito grande... até porque seria, eventualmente, a única cidade que, na minha cabeça, poderia destronar Barcelona do nº1 do meu Top. Posto isto, uma palavra para descrever Roma será “desilusão” ou, em 3 palavras, “mais do mesmo”. Um intrincado de ruas que parecem ter florescido ao acaso, transformando numa verdadeira epopeia a tarefa de não me perder, tendo em conta o meu sentido de orientação duvidoso e a frequente ausência de indicações e mapas não fidedignos (gostei particularmente daqueles que se esqueciam do "Você está aqui"). Isto, acrescido ao facto de não ser uma cidade propriamente plana, torna-se cansativo e irritante. Mas ok, tudo se perdoa quando vale a pena... o pior é quando não vale. A sensação que tive foi de ter visto coisas bem mais bonitas no Louvre do que em Roma inteira. Aliás, Paris dá 10 a 0 a Roma... e Barcelona então, nem se fala. É como comparar a Praça de São Pedro com a Praça de Espanha e Palácio Nacional, ou a escadaria Trinità dei Monti com a entrada no Parque Güell, a Fontana di Trevi com a Cascada, a Villa Borghese com o Parc de la Ciutadella, ou ainda a Via del Corso com a Rambla... Anos luz de grandiosidade e beleza, a favor de Barça! A frase que mais vezes pronunciei mentalmente foi "É isto??". Realmente uma das guias disse uma coisa bastante interessante: enquanto os gregos se preocupavam com a beleza e a perfeição, os romanos preocupavam-se com a protecção estratégica. Nesse sentido sou 100% grega. Por falar em guia, até nisso é preciso ter sorte... para que não apareça nenhuma abécula demasiado cansada (às 11h!) sem vontade de contornar 20 metros de obras para mostrar parte da Piazza Navona, e que se limita a dizer “isto é A” e “aquilo é B.” Noutras siuações vale a pena, nem que seja para não ficar nas looooongas filas. No Vaticano tive sorte pois, pelos vistos, foi um dia com pouca gente. Os museus com os tectos com muitas pinturas e ornamentos (nada de cair o queixo) e com a visita à Capela Sistina deixando bastante a desejar. A explicação das imagens dos frescos ficou impedida por não se poder falar lá dentro (enquanto outros guias o faziam perfeitamente, e enquanto os seguranças gritavam a toda a gente para sair daqui, para sair dali, para não tirar fotos, para se calarem... enfim... a sensação de estar no meio de um curral). Ok, Michelangelo era um cromo, foram os primeiros frescos dele e pintou aquilo à primeira, e deu tudo muito trabalho. Mas... já vi desenhos mais bonitos (Louvre, again)... Se calhar porque foi em Roma surgiu o verdadeiro conceito da reciclagem: tirar daqui para construir ou guardar acolá. Para a Basilica de São Pedro tenho apenas 2 palavras: Sagrada Familia. Curiosamente, e ao contrário de tudo o que seria expectável, o que eu mais gostei foi do Coliseu. Aquele que tem o curriculo mundial de mais mortes por metro quadrado, e apesar de não ser de todo o que foi outrora, não deixa de ter impacto. Aproveitei também para ir ao monte Tivoli na esperança de que a Vila D’Este fosse qualquer coisa de espectacular... mas a Fontana di Nettuno, apesar de bonita, não vale o preço da entrada.

Posso dizer que comi uma carbonara muuito boa (mas também há semelhante em Lisboa), e quanto aos gelados é preciso saber escolher. Ficam as dores em músculos que eu nem sabia que tinha, as bolhas nos pés, os litros de transpiração (ajudados pelo calor brutal ao contrário da chuva e frio previstos pela meteorologia...) compensados pela água que se bebe em qualquer fonte da cidade (levar sempre uma garrafa vazia na mala!).

Não cheguei a atirar moedinhas para a Fontana di Trevi... nenhum dos 3 desejos possíveis está nos meus planos próximos...

3 comentários:

sofia disse...

Não posso concordar com esta apreciação... Acho que não é possível comparar Barcelona a Roma, são cidades muito, muito diferentes. Podemos é gostar mais de um estilo arquitectónico / corrente artística do que do outro.
Eu, pelo contrário, penso que Roma é um sítio obrigatório. Merece uma viagem bem planeada, com garantia de facilidade nas deslocações e noções prévias acerca da história da cidade e da relevância de cada um dos sítios.
O estilo romano é um estilo muitíssimo mais antigo do que o de Barcelona. A Basílica de São Pedro começou a ser construída em 300 d.C e a Sagrada Família em 1882. É como comparar a Tower Bridge com a Ponte Vasco da Gama. Podemos fazê-lo, mas não faz muito sentido.
É óbvio que os gostos são individuais e cada um de nós identificar-se-á mais com uma cidade ou com a outra, de qualquer forma este post dá uma má ideia sobre Roma e não me parece, de todo, que lhe faça justiça.

Beijinhos! ;)

Vera disse...

Sim, é verdade que são estilos completamente diferentes, de épocas completamente diferentes. Mas tendo plena consciência disso estava à espera de outro tipo de grandiosiodade e de outro tipo de impacto que não senti de todo em Roma. Daí a minha desilusão, e as comparações que faço reflectem apenas esse mesmo impacto que os locais/monumentos tiveram (ou não) em mim. Por isso... passo bem sem lá voltar! ;) Bjocas

Vasco Ribeiro disse...

Penso que as comparações que fazes, não podem ser feitas de ânimo leve, pois os tempos e modernidades entre Roma e Barcelona são abismais. Uma com um certo renascimento a outra já praticamente construída no sec XIX. Pena que não tenhas gostado. Eu adorei. Não destronou a minha cidade nº1 Paris, mas sem dúvida – para mim - que Roma é uma grande cidade com lugares muito bonitos e realmente históricos. Tive pena de não ver Capela Sistina, contudo espero voltar mais tarde.
Gordinha realmente Barcelona é uma grande cidade, mas daí dizer que Roma é blegh... acho que é um pouco exagerado. :P
Beijinho.