Como é que o telefone pôde revolucionar a humanidade? Simples. Tornando-se móvel.
Hoje olho para trás e penso como é que se conseguia sobreviver sem este objecto! Como é que as pessoas se conseguiam encontrar e combinar coisas. Como é que as pessoas faziam quando surgia um imprevisto?
A realidade é que vivi 2/3 da minha vida sem este objecto. E mesmo estudando fora, nunca deixei de ter boleia para casa quando ia de fim de semana (por vezes à custa de grandes secas por parte dos meus pais...). Nunca deixei de ir aqui ou ali, com a pessoa X ou Y, por não ter telemóvel para combinar. Por outro lado, o facto de estar "sempre contactável" também pode ter aspectos negativos... mesmo que o desliguemos, lá está o aviso de que o fulano nos ligou...
É um objecto engraçado. Capaz de nos proporcionar momentos de alegria (quando recebemos a chamada de alguém que ansiamos), momentos de desânimo (quando afinal a chamada não é desse alguém) ou de raiva (quando a conversa corre mal... podendo mesmo habilitar-se a ir parar contra alguma parede e ter de ser substituído).
Hoje admito que seria difícil viver sem ele. Mesmo que ele não se manifeste. Mesmo que passem dias sem que ninguém me ligue ou mande sms's. Só o facto de não o ter perto despoleta logo a dúvida: "será que alguém me ligou?". E eu detesto esses estados de incerteza.
É daquelas coisas que, depois de se ter, é "impossível" voltar atrás... pelo menos para mim.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Telélé
Sou camionista.... sou o maior!
Porque é que os camionistas insistem em fazer ultrapassagens a 80 Km/h, quando o carro que se aproxima na faixa da esquerda vai a 120 km/h?
Eu sinceramente não percebo. Será que esse pessoal não tem a noção... da distância... da velocidade... do código da estrada?? O mais giro é quando ultrapassam alguém que vai a menos 1Km/h que eles... Enfim... Raro é o dia em que não me irrito com algum desses cromos.
De qualquer maneira aqui fica a votação:
Porque se algum veículo ficar destruído, de certeza que não é o dele (6)
Pensam que os espelhos só servem para verem as traseiras das gajas boas que passam por eles na rua (3)
Porque pensam que são os donos da estrada (a seguir aos taxistas, claro!) (1)
Tiraram a carta na Farinha Amparo (0)
Eu ainda assim, continuo a achar que eles precisam é de óculos (porque aquilo de ficar a olhar muito tempo para os calendários deve estragar a visão)... e de uma boa dose de civismo automobilístico.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Os trintões
Devo confessar que, até à altura em que entrei na casa dos 20 e tais, achava que a partir dos 30 anos era o início do fim. Olhava para os trintões como aqueles seres que tinham parado no tempo, que só ouviam música de porcaria, que não tinham o mínimo sentido de humor (ou no máximo faziam piadas pouco inteligentes) e que já tinham ficado carecas e barrigudos... Contudo, olho para mim agora, a caminhar a passos largos para a "década da decadência", e vejo que afinal as coisas são um bocadinho diferentes daquilo que eu imaginava. Continuo a ouvir a música "do meu tempo" (pois pouco do que sai de novo me parece ter qualidade ou sai fora do "comercial teenager"), mas penso que mantive o sentido de humor (ah, e não estou careca nem barriguda). Mas tenho a certeza que o pessoal de 18 anos me vê como uma cota.
Não posso dizer que estou igual ao que era há 10 anos atrás, pois em 10 anos (que passam a correr!) vive-se muita coisa, aprende-se muita coisa. A questão é que, inevitavelmente, é essa diferença de 10 anos nos faz experimentar coisas que a geração seguinte não tem ideia. E daí essa sensação de que os trintões eram seres de outro planeta. Velhos.
A propósito de um artigo de Nuno Markl, e tal como ele diria, "a juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida (...) porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta."
Veja-se o caso dos desenhos animados. Já lá vão os tempos dos bonecos queridos e coloridos, com histórias que não se centravam sobre a aniquilação da humanidade... Lembro-me dos sábados de manhã, acordada em frente à TV, ainda sem a programação ter começado (com a Ana Faria e os Queijinhos frescos como tema de fundo), à espera que chegasse a sequência de bonecada. Eu sou do tempo do D'Artacão, do Bocas, passando pelos Duck Tales e Gummy bears... Sim, eu chorava com a música do Marco! Belos tempos. Os Power Rangers marcaram o início da desgraça... A hora da novela era sagrada... naquela altura em que dava uma única novela na televisão, e havia apenas a RTP. Até o "Festival da canção" e a eleição da "Miss Portugal" eram momentos imperdíveis.
Os velhos jogos de computador... aqueles que cabiam (em conjunto com outros 3 ou 4) numa única disquete. Oh meu deus... as disquetes... eu ainda cheguei a ver aquelas com tamanho XXL. Eu pergunto se os putos de hoje em dia alguma vez viram uma disquete. Ou se sabem o que é o DOS, ou o spectrum! Os jogos a 2D... Confesso que passei muitas tardes a jogar computador. Era um vício. Mas não foi por isso que deixei de brincar, de correr, de andar de baloiço nos parques com areia (!) e não com aquele chão emborrachado que têm actualmente, não vão os miúdos apanhar alguma doença! Hoje em dia os "putos" querem é PSP e telemóveis para mandar mensagens. São uns meninos. Segundo o N.M., e muito bem, "se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft. Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. (...) No meu tempo, se um gajo dava um malho nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse."
O que me custa é que os pais potenciam e mantêm esta situação. Será que se esqueceram que não tiveram 1/10 das mordomias que exigem hoje para os filhos como condição indispensável à sua sobrevivência? No meu tempo, ia sozinha para a escola, a pé, à chuva se fosse preciso. Nunca andei em nenhum colégio de meninos de bem. Tive colegas que hoje, provavelmente, já devem ter morrido de overdose. E, no entanto, não foi por isso que não cheguei onde cheguei. "Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? (...) E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade... Agora não falta nada aos putos."
Agora que estou quase nos 30, percebo que há coisas que já não voltam. Mas pelo menos vou sempre pertencer a uma boa colheita. Não a trocava por nada... muito menos por uma geração "Morangos com açúcar".
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Pensamento do dia
"É tão cómodo, fácil e conveniente quando o outro decide por ti."
Já vos aconteceu? Espero que não. É que isso diz muito sobre uma pessoa...
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Bilbau
Bilbau...havia tanta coisa para dizer sobre Bilbau... naaa.. estava a brincar ;) Mesmo assim, depois de ter passado uns dias nessa pequena cidade, não posso deixar de fazer alguns comentários.
Para quem gosta de bom tempo, é melhor ficar em Portugal (a menos que queira experimentar as 4 estações num só dia). Para quem gosta de ver monumentos e afins, é melhor escolher outro destino (em toda a cidade apenas vi uma igreja).
O que há para ver então em Bilbau? Bem... além de ter edifícios com fachadas muito bonitas, tem o Guggenheim. O edifício, por si só, está muito giro, e aquele aspecto frio e rígido do metal acaba por ser apenas para enganar (as escamas de titânio não são frias e são moldáveis com o toque!). Por dentro, várias exposições, permanentes ou temporárias. "The matter of time" de Richard Serra é simplesmente fabulosa. Só estando lá para percorrer aqueles labirintos e experienciar a acústica. E depois, a arte de Juan Muñoz, algo que, se não tivessemos guia, eu jamais gostaria pois não compreenderia a mensagem que une toda a obra (se bem que mesmo com guia muita gente não gostou...). Duas palavras: Bru Tal. Em "Many times", é de experimentar a sensação de ir para o centro de um círculo de estátuas que olham e sorriem para nós sem percebermos porquê...
Ainda relativamente a arte, o Museu de Belas Artes, é um bocado fraquinho (pelo menos para quem já foi ao Louvre...). Fica visto em uma hora e pouco... lol
Quanto à gastronomia, digamos que o melhor que eles têm são as entradas (os chouricinhos e tal...). As sobremesas são todas horríveis, o café é pior ainda e a comida em si deixa um pouco a desejar (até houve um restaurante XPTO de cozinha tradicional em que se comia peixe cru... e não, não era Japonês). E apesar de serem como nós em relação ao gosto pelo bacalhau, simplesmente não o sabem cozinhar. Realmente, ainda estou para descobrir um sítio onde se coma melhor do que em Portugal.
Finalmente, uma palavra sobre a vida nocturna. Lisboa? Barcelona? Amsterdão? São uns meninos comparados com a noite de Bilbau! Ok... estou a exagerar um bocadinho. Não, pronto, estou mesmo a mentir. Digamos que, a partir do momento em que os convidados de um baptizado entraram em peso para beber café no Museu de Belas Artes, algo me disse que não haveria grandes alternativas a nível de animação. E claro que não me enganei. A noite de Bilbau é... tipo... como diria... a visão do inferno. A noite começou com a guia a levar-nos ao "sítio do momento" (e que, convenientemente ficava perto da casa dela... Porque seria que ela nos deixou lá e nem esperou que entrassemos?). É que a noção que eles têm de "lounge" é um bar/discoteca sem mesas nem cadeiras, dividido entre um corredor onde está o balcão e um cubículo onde se dança... Isto associado ao facto de que o cubículo estava cheio com os convidados de um casamento (noivos inclusivé). Resolvemos procurar outro local mais agradável... e... não só verificámos que eram todos no mesmo andamento, como acabámos por decidir ir para um que ficava perto do hotel (mais que não fosse para ser mais fácil fugir dali...). Pois bem. O que se seguiu foi das experiências mais bizarras da minha vida. Nunca tinha visto um sítio assim. Qualquer coisa tipo "Aberto até de madrugada" meets "Gato preto gato branco" meets "David Lynch" meets "outra coisa qualquer". Desculpem não fazer grande descrição além desta, mas aquilo só vendo. Ah! E estavam lá 4 casamentos (o funeral ia sendo o meu, se ficasse lá mais um minuto). Enfim. A lição que se tira é que por ali o casamento é o melhor pretexto para sair à noite.
De um modo geral, acabou por ser melhor do que esperava (as minhas expectativas estavam muito em baixo). Mas para a próxima espero que me convidem para Barcelona ;)
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Questões de carácter
As pessoas teimam em confundir "extroversão" ou "simpatia" com "bom carácter". Partem do princípio de que alguém muito falador e de riso fácil só pode ser boa pessoa. É muito fácil gostar desse tipo de pessoas... O que ninguém se lembra é que essas qualidades são essenciais para o engano. É a velha táctica do "vendedor". Muito paleio e lá se vai enrolando a vítima. Inicialmente até parece um abraço, e os totós continuam a pôr as mãos no fogo e a cair que nem patinhos... mas com o passar do tempo o abraço transforma-se num aperto traiçoeiro de jibóia... e normalmente aí já é tarde demais para reverter a situação. Pessoas que usam essas qualidades para atingir os seus fins, são as mais perigosas. É que reparem, as antipáticas, caladas ou de pouco riso, não enganam ninguém, pois à partida não são pessoas de quem se goste tão facilmente. Se tiverem atitudes menos dignas, já toda a gente estava à espera!... "ah e tal... nunca gostei muito dele...".
Às vezes, o falar muito, o rir muito, o rir alto, o dar nas vistas, mostra apenas que por dentro há uma pessoa imensamente desprovida de qualidades. São as chamadas "sonsas". Nos dias que correm, o invólucro exterior é muito mais importante que qualquer outra coisa (a imagem vende... e muito), e elas aproveitam-se disso. Há quem só passe para fora aquilo lhe convém. São armas que se usam para se conseguir o que se quer. Mas fingimento ou dissimulação jamais poderão ser sinónimos de bom carácter.
Quem é intrinsecamente "bonito" não precisa de uma camada de "maquilhagem" em cima para o parecer.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Informação meteorológica
Só para que conste, hoje foi o melhor dia de praia deste Verão.
A temperatura foi a ideal, com um calor perfeitamente saudável e suportável pela ligeira brisa que corria. Bandeira verde, mar que mais parecia o do Algarve, tanto em relação à temperatura (sim, tomei banho!) como à ondulação (tipo piscina). Música ambiente perfeita (a minha selecção preferida), uma leitura agradável, um crepe com gelado delicioso e pouca gente (o que significa pouco trânsito no regresso). Só lá faltavam os habitués (Sérgio e Vicente... espero que o trabalhinho esteja a correr bem!). Só o pôr do sol ficou escondido pelas nuvens que começaram a aparecer. Toda esta conjuntura fez deste dia, o dia de praia perfeito (sim, vamos considerá-lo dessa forma, porque também não se pode pedir tudo!...).
Achei que devia ficar registado ;P
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
A aventura da condução
Estive praticamente 8 anos sem conduzir porque não gostava nem tinha necessidade (ou até tinha, mas o "não gostar" era mais forte). Até que a necessidade cresceu e fui obrigada a passar para o lugar do condutor. E ainda bem. Descobri que gosto de conduzir. E muito. A única desvantagem é não poder ir simplesmente a olhar pela janela, perdida nos meus pensamentos...
Gosto de conduzir. Agora posso dizê-lo. Principalmente se for depressa (mesmo quando tenho todo o tempo do mundo). Isso de certo modo não é de admirar, uma vez que sempre estive habituada a viajar depressa (no lugar do morto), e mesmo andando a pé detesto andar devagar. Gosto sobretudo de fazer viagens longas (ainda não acho muita piada a isso de andar dentro da cidade...) e sabe-me bem perder uma boa meia hora a conduzir (depressa... claro). Além disso, é uma boa desculpa para ouvir a minha música (bem alto). Ando com vontade de fazer umas centenas de Km, sem destino... só pelo prazer.
Só tenho pena que o meu carro não dê mais que 140 (ok... 150 se for uma descida... :P)... e pena maior ainda, o facto de ter regressado o meu maior inimigo... o vento! Hoje já senti o meu bólide a "esvoaçar"... e isso significa que, na melhor da hipóteses, vou voltar a andar nos 120... (e sendo já isso um verdadeiro desporto radical). Quando chegar a altura de trocar de carro, terei de comprar um mais potente (afinal, agora admito que os cavalos são bem importantes...) e já agora que não "abane" tanto... Talvez um Brabus!... lol
Acho que as tardes perdidas a jogar Lotus (e a ganhar... eheh), queriam dizer alguma coisa que na altura me escapou...
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Crise
E eis que chegou um mês que eu sempre detestei. Setembro. Antigamente porque assinalava o fim do Verão... os dias mais pequenos... o frio a aparecer... o fim das férias... o início das aulas... Agora, simplesmente porque, apesar de o Verão já não ser o que era e eu já não andar a estudar, não deixa de ser um mês triste. Até a dormir já tenho frio... É aquela altura do ano em que me apetece emigrar para um país tropical... O sol faz milagres a nível da disposição... Enfim. Simplesmente estou sem inspiração e este mês não me irá ajudar em nada. Pelo contrário.
Precisava agora de outro Verão para me animar um pouco. Maybe next year... :´(