terça-feira, 9 de setembro de 2008

Questões de carácter

As pessoas teimam em confundir "extroversão" ou "simpatia" com "bom carácter". Partem do princípio de que alguém muito falador e de riso fácil só pode ser boa pessoa. É muito fácil gostar desse tipo de pessoas... O que ninguém se lembra é que essas qualidades são essenciais para o engano. É a velha táctica do "vendedor". Muito paleio e lá se vai enrolando a vítima. Inicialmente até parece um abraço, e os totós continuam a pôr as mãos no fogo e a cair que nem patinhos... mas com o passar do tempo o abraço transforma-se num aperto traiçoeiro de jibóia... e normalmente aí já é tarde demais para reverter a situação. Pessoas que usam essas qualidades para atingir os seus fins, são as mais perigosas. É que reparem, as antipáticas, caladas ou de pouco riso, não enganam ninguém, pois à partida não são pessoas de quem se goste tão facilmente. Se tiverem atitudes menos dignas, já toda a gente estava à espera!... "ah e tal... nunca gostei muito dele...".

Às vezes, o falar muito, o rir muito, o rir alto, o dar nas vistas, mostra apenas que por dentro há uma pessoa imensamente desprovida de qualidades. São as chamadas "sonsas". Nos dias que correm, o invólucro exterior é muito mais importante que qualquer outra coisa (a imagem vende... e muito), e elas aproveitam-se disso. Há quem só passe para fora aquilo lhe convém. São armas que se usam para se conseguir o que se quer. Mas fingimento ou dissimulação jamais poderão ser sinónimos de bom carácter.

Quem é intrinsecamente "bonito" não precisa de uma camada de "maquilhagem" em cima para o parecer.

2 comentários:

Anónimo disse...

Se é verdade que para se ser um verdadeiro "artista" é necessário ter algumas das características que referes, todos sabemos que não há burlão que não as tenha, faltou dizer-te que há pessoas fantásticas que também possuem essas características. Ao ler estas linhas fiquei com a impressão que eram todos uns malandros :)) Não são, eu conheço imensas pessoas fantásticas e que possuem algumas dessas características.
Beijinhos,
Alexandre

Vera disse...

Sim, uma coisa não implica a outra, ou seja, da mesma maneira que não se pode admitir que sejam todos boas pessoas, também nem todos são maus! Felizmente!