segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Poesia (?)

Uma vez tive um professor que era todo dado à poesia, teatro e afins. Talvez por eu ser mais tímida, parece que "embirrou" comigo para que eu apresentasse sempre os trabalhos que ele pedia para fazer, nomeadamente poemas (que vergonhaça!..). E, talvez por eu nunca escrever explicitamente sobre os temas sobre os quais incidia toda a escrita dos meus colegas, meteu na cabeça dele que eu até tinha jeito para a coisa... (coitado... lol).

Visto que estou numa de desencantar memórias, aqui vão as minhas "obras primas" poéticas (e filhas únicas). Já se passou tanto tempo...


Somos minúsculos perante o mistério
do destino.

Entregamo-nos à realidade?
Libertamos o tempo?

Iremos descobrir com a experiência o destino
do mistério do destino.

Nossa vontade era parar
o destino,
acabar o futuro.
Mas o destino faria o futuro,
quando este acabado?

Entregamo-nos à realidade?
Libertamos o tempo?

Tudo é lento.
Tudo é tempo.



A lágrima é suave, quente,
sinto-a ardentemente como uma chama.
É líquida, leve, transparente, cintilante,
repleta de sentimento.
Olho-a: é grande, maravilhosa,
especial.




Violinos a soar.
Estaria a anoitecer?
Rimas soltas, pelo ar,
A inspiração sem aparecer.

Vinham gritos, talvez cantos.
Isto seria verdade?
Loucas melodias, desencantos.
Havia até sons de saudade.
E estes seriam, eu pensei,
na amargura de cada dia,
a inspiração que nunca terei.



1995

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